O PERDÃO É UM CAMINHO DE CORAGEM
- 7 de mai.
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Atualizado: há 4 horas

Perdoar não é fácil. Exige humildade e coragem, mas é também libertador. No dia-a-dia, quantas vezes somos capazes de perdoar verdadeiramente? Durante a celebração, as crianças foram levadas a refletir sobre os seus comportamentos e a descobrir que o perdão é uma ponte entre o erro e a vontade de recomeçar. A história de Zaqueu, que desce da árvore para se encontrar com Jesus, inspirou esta reflexão: tal como ele, as nossas crianças quiseram limpar a sua “casa” … o seu coração. E é neste espaço renovado que Jesus escolheu habitar.
QUANDO SE APRENDE A LIMPAR A CASA POR DENTRO
Num mundo que valoriza a aparência, este momento foi um regresso ao essencial. Durante semanas, os alunos prepararam-se, reconhecendo pequenas atitudes a melhorar: uma zanga, uma mentira, uma desobediência. Aprenderam que pedir desculpa não é sinal de fraqueza, mas de consciência. A confissão, feita com o padre Cónego José Paulo Abreu e os com seus três auxiliares, foi um momento íntimo e vivido com sinceridade. Porque limpar a casa por dentro é olhar o nosso próprio interior e dizer com bastante firmeza: “quero ser melhor”. E esta decisão transforma.
UM LENÇO BRANCO, UM CORAÇÃO RENOVADO
Cada criança pensou em atitudes a melhorar e levou esse pensamento consigo para o momento da confissão. Como quem limpa uma janela e deixa entrar o sol, entregaram as suas falhas com coragem e humildade. Depois, cada uma recebeu um lenço branco com o seu nome e data de batismo - mais do que uma lembrança, um símbolo de renovação. O branco não diz “sou perfeito”, mas sim “escolhi ser melhor”. O batismo foi o primeiro “sim”, dado por pais e padrinhos. Mas agora, este “sim” é deles: livre, consciente e cheio de vontade. Um passo que os prepara para o segundo sacramento - porque não há Primeira Comunhão sem antes limpar o coração. E é nesse espaço puro que eles aprendem a ser genuínos com eles e com o meio que os rodeia.
ENSINAR A PEDIR DESCULPA É TAMBÉM EDUCAR
Vivemos numa sociedade que facilmente aponta o erro e esquece o valor do arrependimento. Falta tempo - ou vontade - para escutar e orientar. Aqui no Externato Paulo VI, acreditamos que educar é também reformar a "casa" por dentro. Saber reconhecer o erro, pedir desculpa e perdoar são aprendizagens tão importantes quanto ler ou escrever. São estas pequenas grandes lições que moldam o carácter e dão sentido à vida. Quando o perdão acontece em casa, num abraço, uma zanga ou numa conversa no carro, os lares transformam-se. É nesse espaço de escuta, vulnerabilidade e amor que a criança descobre que também o coração pode - e deve - ser limpo.
UM SILÊNCIO QUE DISSE TUDO NO CORAÇÕES DOS PEQUENINOS
O silêncio que se fez sentir durante a celebração falou mais alto do que qualquer palavra. Havia emoção nos olhares, nas mãos apertadas, nas sorrisos tímidos e discretas de quem assistia. Porque não há nada mais belo do que ver um filho dar passos conscientes no seu caminho interior. A Festa do Perdão foi mais do que um rito: foi uma celebração do coração. Um momento de entrega, vulnerabilidade e amor partilhado. As crianças não estavam sozinhas - levavam consigo os conselhos dos pais, os exemplos dos professores, e a força das suas histórias e o amor do seu amigo jesus. E talvez por isso este dia tenha deixado uma marca tão profunda. Porque, no fundo, algo mudou. Para melhor!
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