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PALESTRA NO EXTERNATO PAULO VI ALERTA PARA A IMPORTÂNCIA DE COMPREENDER E GERIR AS BIRRAS NA INFÂNCIA

  • há 60 minutos
  • 2 min de leitura

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No dia 5 de novembro, o auditório do Externato Paulo VI acolheu uma palestra dedicada ao tema “Navegar as Birras com serenidade”, que reuniu dezenas de pais, educadores e profissionais da comunidade escolar. A iniciativa, organizada pelo Serviço de Psicologia e Orientação colégio, visou aprofundar a compreensão das birras infantis à luz das últimas evidências científicas do desenvolvimento infantil.


A oradora convidada, a e proferida pela Dra. Maria de Jesus Cardoso, da Universidade católica, começou por desmistificar as birras, salientando que se tratam de manifestação saudável de emoções intensas: raiva, frustração e vontade de afirmação. Segundo estudos de neurodesenvolvimento, as birras são especialmente comuns entre os 18 e os 48 meses, atingindo o pico por volta dos 2-3 anos, um período em que a criança está a ganhar autonomia mas ainda não tem total capacidade para autorregulação emocional.


Assim, A sessão iniciou-se com um momento de acolhimento e partilha, convidando os participantes a observar as birras sob uma perspetiva simbólica, comparando-as, por exemplo, a um vulcão, ondas do mar, tempestade ou brisa, estimulando um olhar mais empático e menos punitivo sobre estas manifestações emocionais.


A birra como expressão emocional legítima

A oradora explicou que as birras surgem frequentemente quando a criança experimenta sentimentos intensos e ainda não dispõe de mecanismos internos suficientes de autorregulação emocional. São, assim, um comportamento associado ao processo de afirmação do “eu”, característico do desenvolvimento infantil, e ligado à necessidade crescente de autonomia e comunicação.


De acordo com as referências científicas apresentadas, as birras constituem uma resposta evolutiva, integrada no percurso natural da criança rumo à regulação das emoções e ao fortalecimento das suas capacidades sociais e cognitivas.


Estratégias antes, durante e após as birras

Baseando-se em investigação internacional citada na apresentação, Maria de Jesus Cardoso destacou três momentos essenciais na gestão das birras: antes, durante e após.


  • Antes da birra

    Recomenda-se a implementação de rotinas consistentes, antecipação de transições e oferta de escolhas simples, medidas que reduzem a ansiedade e a probabilidade de explosões emocionais (Martorell & Feldman, 2022).

  • Durante a birra

    A especialista sublinhou a importância de o adulto manter a calma, validar os sentimentos da criança, evitar gritos ou ameaças e assegurar presença emocional, sem ceder ao comportamento. Segundo Gottman et al. (1997), a validação emocional promove segurança interna e favorece a autorregulação.

  • Após a birra

Recomenda-se retomar o diálogo com serenidade, reforçar o autocontrolo demonstrado e ajudar a criança a nomear emoções, desenvolvendo competências socioemocionais, conforme apontado por Eisenberg et al. (2020).


Aprendizagem participativa: situações reais e reflexão parental

Os participantes analisaram exemplos de situações familiares em supermercados e momentos de frustração doméstica, refletindo sobre diferentes respostas parentais e os seus impactos na relação com a criança.


A psicóloga realçou duas ideias-chave que marcaram o encontro:

“A serenidade do adulto é o porto seguro da criança.”
“Não é o comportamento que precisa de correção, é a emoção que precisa de compreensão.”

No encerramento, cada participante foi convidado a identificar, por escrito, um compromisso concreto para aplicar em contexto familiar, reforçando a ponte entre teoria e prática.


 

 
 
 

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